A indústria do cimento e a proteção da camada de ozônio
O mundo celebrou no último sábado (16), o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio, data que comemora os 35 anos do Protocolo de Montreal, tratado internacional que visa proteger a camada de Ozônio por meio da eliminação gradual da produção e consumo de substâncias responsáveis por sua destruição. No Brasil, o programa liderado pelo governo federal garantiu em 2021 a redução de 63% do consumo das substâncias que geram essa degradação.
A participação da indústria e do setor de serviços foi fundamental para eliminar os produtos nocivos. Alinhada às práticas sustentáveis, a indústria do cimento investe constantemente em inovação para reduzir os impactos da produção ao meio ambiente. Entre essas ações vale destacar o coprocessamento, que é a utilização de combustíveis alternativos na produção do cimento.
Atualmente, a matriz energética já utiliza 26% de combustíveis alternativos, equivalente a quase 2.5 milhões de toneladas por ano, e tem conseguido reduzir gradativamente a cada ano sua dependência do coque de petróleo, combustível fóssil, altamente emissor e em sua grande parte importado, sujeito às variações constantes de preço do mercado internacional.
O setor estabeleceu de maneira vanguardista suas metas em relação à redução dos seus níveis de emissão dos gases de efeito estufa e para isso pretende chegar em 2050 utilizando 55% de combustíveis renováveis de diversas fontes, tais como: resíduos urbanos sem reciclabilidade, lodo de esgoto, pneus inservíveis, agrícolas (casca de arroz, caroço do açaí, casca do babaçu, poda de árvores) e resíduos industriais.
O resultado de todo esse esforço e da atuação vigorosa da indústria por intermédio de sua entidade técnica, a ABCP, na difusão e capacitação dessa tecnologia poderá ser conferido no curso “Coprocessamento 2020 – 2050 – Papel dos fornecedores de combustíveis alternativos para alavancagem de negócios”, que será realizado nos dias 25 e 26 de outubro, das 8h30 às 17h, na sede da entidade.
O treinamento visa promover o encontro das empresas parceiras do coprocessamento para debate e aprofundamento quanto às alavancas voltadas à melhoria contínua da performance, à otimização de produtividade, à inovação e alinhamento, fortalecendo o engajamento em direção à conquista de objetivos tão desafiadores e comuns a todos os envolvidos
A indústria do cimento tem sido um agente fundamental na rota de descarbonização e na aceleração da economia circular no cenário nacional. Os fornecedores de combustíveis e materiais alternativos são partes importantes e parceiros estratégicos nessa transição devido à sua capacidade de transformar resíduos em novos insumos. Compreender as metas, as rotas, as iniciativas e os desafios do setor cimenteiro é uma etapa importante para fortalecer os atores desta cadeia e gerar valor compartilhado.