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21/06/2010IMPRENSA, Noticias, São Paulo

Clube da Reforma é lançado na ABCP

Com a presença de mais de 140 pessoas, representando 78 organizações entre empresas, organizações sociais, governo e entidades, foi lançado na terça-feira, 08/06/2010, na sede da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), em São Paulo, o Clube da Reforma. O movimento, que reúne 38 organizações, tem o objetivo de melhorar a condição de moradia das populações de baixa renda e firmou a meta de beneficiar 1 milhão de famílias nos primeiros cinco anos de funcionamento. Valter Frigieri e Grasiella Drumond, coordenadores do Clube, sintetizaram os desafios do movimento, as oportunidades para o mercado de reformas e o plano de trabalho. O Clube será o agente indutor de mobilização da sociedade em torno do tema “melhoria habitacional” e terá o papel de catalisador, organizador e produtor de ações e ativos que serão disponibilizados para aqueles que atuam na “ponta”.

Palestrante convidada para o lançamento, a diretora do Departamento de Desenvolvimento Institucional e Cooperação Técnica da Secretaria Nacional da Habitação, Júnia Santa Rosa, falou sobre a melhora da qualidade das habitações com os recursos garantidos pela lei de assistência técnica previstos no Estatuto das Cidades (lei federal 10257/01) e regulamentados pela lei federal 11888/2008.

Segundo ela, a assistência técnica, um dos desafios colocados ao Clube da Reforma, já integra a política nacional de habitação por meio do PlanHab e do Fundo Nacional da Habitação de Interesse Social (FNHIS), que destinou em 2009, para Estados, municípios e entidades, cerca de 6% (R$ 60 milhões) para projetos, porém para o governo é fundamental que os projetos se tornem programas públicos permanentes.

Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular e também palestrante convidado, apresentou as características do mercado formado pelas classes C, D e E. A colombiana Audes Gonzalez, presidente da Asociación Prodesarrollo de Famílias de Barranquilla (Aprodefa) trouxe para os presentes sua experiência no atendimento de famílias de baixa renda.

Entre as entidades e empresas que participaram do desenvolvimento do Clube estão: ABCP, Ashoka, Associação Chiq da Silva, Avano, Banco do Nordeste, Santander, Banco Palmas, Camargo Corrêa/Cauê, Cearah Periferia, Cendhec, Cimpor, Conam, Data Popular, Eternit, Fundação de Desenvolvimento Humano Bento Rubião, Gerdau, Habitat para a Humanidade, Holcim, IAB/MG, Instituto Peabiru, Instituto Pólis, Lafarge Cimentos, Movimento de Luta pela Moradia, Roca, Sindicato dos Arquitetos do Estado de São Paulo, Soluções Urbanas, Soma & Tortela, Tigre, União Nacional por Moradia Popular, Votorantim Cimentos e Vox Capital.

Mais qualidade para moradias populares
O Brasil tem 56 milhões de moradias e, a cada ano, aproximadamente 25% delas passam por processos de reformas e ampliação. Mas esse índice poderia ser ainda maior, pois três em cada quatro famílias têm necessidade de fazer alguma melhoria em suas casas, segundo pesquisa feita pela Anamaco/Latin Panel.

Apesar de mobilizar grande volume de recursos, o setor de reforma enfrenta dificuldades estruturais, como escassez de crédito, oferta de materiais sem qualidade, falta de mão de obra qualificada e ausência de profissionais capacitados para projetar e especificar as obras. O resultado é que o processo gera desperdício e o produto final muitas vezes fica mais caro e com qualidade abaixo do esperado pelo morador.

Valter Frigieri Júnior, gerente de Desenvolvimento de Mercado da ABCP e idealizador do Clube da Reforma, explica que, para atingir sua meta, o Clube da Reforma precisa gerar soluções práticas, a fim de estancar os principais gargalos do setor. Para tanto, o Clube desenvolveu um programa de ação para os próximos 12 meses: “Trabalharemos com a adequação de produtos de crédito, kits de campanha que valorizam a casa e material técnico para orientação de profissionais e moradores”.

Para potencializar o impacto de projetos e ações que visam à melhoria habitacional, o clube desenvolverá uma plataforma que reunirá boas práticas existentes e uma rede de iniciativas que identificará os diversos agentes da melhoria habitacional espalhados pelo país. Na opinião de Jacques Rajotte, diretor do programa Moradia para Todos / Ashoka: “o Clube da Reforma tem capacidade para impulsionar as forças do setor privado e social, por meio do intercâmbio e da experiência do trabalho conjunto”.

O Clube pretende também ser um agente indutor de mobilização da sociedade em torno do tema melhoria habitacional. “Um país que pretende ser a quinta economia do mundo deve incluir em sua agenda a discussão de como aumentar a produtividade desse segmento e como gerar facilitadores, para que as famílias valorizem seu patrimônio e morem melhor”, afirma Frigieri.

A causa e os interesses dos parceiros no Clube estão em sintonia. O benefício gerado às famílias trará ganhos às empresas, melhor resultado para os trabalhos das organizações sociais em projetos nas comunidades e oportunidade aos profissionais envolvidos.

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