Congresso Brasileiro de Cimento retorna com grande sucesso
Encerrou-se em São Paulo, na quarta-feira, 21/05/2014, o 6º CBC, Congresso Brasileiro de Cimento. O evento reuniu cerca de 300 profissionais, entre eles especialistas da indústria cimenteira, seus fornecedores e pesquisadores nacionais e internacionais. Foram três dias de intenso relacionamento técnico, troca de experiências, debates e exposições de soluções, tecnologias e tendências para a indústria de cimento.
De acordo com o gerente de Comunicação da ABCP, engenheiro Hugo Rodrigues, o planejamento da reedição do congresso foi desenvolvido após ouvir intensa e plenamente os fornecedores, especialistas e representantes do setor. O resultado foi um evento com muito conteúdo tecnológico de alta qualidade. Profissionais do Brasil e de outros países, como China, Alemanha, Estados Unidos, Índia, Guatemala, Argentina, Bélgica e Suíça circularam pelo evento.
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Entre os destaques do evento, a palestra de Philippe Fonta, diretor do Programa Iniciativa de Sustentabilidade do Cimento, do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento da Sustentabilidade (CSI/WBCSD), abordou os desafios para a sustentabilidade da indústria cimenteira mundial, chamando a atenção para o gerenciamento dos impactos sobre o clima; melhoria da segurança dos empregados; motivo pelo qual o concreto é considerado material de construção sustentável e questões sobre o uso da água, bem como para o impacto das pedreiras na biodiversidade.
Philippe Fonta mostrou que no trato dessas questões o cimento, o concreto e seus produtos serão a chave para o desenvolvimento econômico e sustentável de uma sociedade em constante expansão e em rápidas mudanças. “O concreto é consumido atualmente pela humanidade numa quantidade duas vezes superior a todos os demais materiais de construções juntos”, ressaltou ele.
Vagner Maringolo, gerente de Meio Ambiente e Recursos da Associação Europeia de Cimento (Cembureau) nos últimos seis anos e ex-colaborador da ABCP, onde atuou por mais de 15 anos, enfatizou no evento como o conceito de eficiência de recursos na indústria do cimento pode ser maximizado, ou seja, como produzir mais com menos material, dentro dos limites do planeta.
A estratégia apresentada pelo Cembureau mostra o uso otimizado dos recursos através de toda a cadeia da construção, desde a exploração e extração, passando pelo uso, reuso e reciclagem dos produtos à base de cimento.
Martin Schneider, presidente executivo da Associação Alemã de Cimento (VDZ), discorreu sobre inovações e novas tecnologias da indústria. Enfatizou as técnicas de captura, armazenamento e principalmente uso do carbono como solução de futuro da indústria na mitigação do CO2, bem como novos cimentos, no que foi complementado pela palestra de Vanderley John, professor associado da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). O professor trouxe para o congresso o conceito de cimento do futuro, cimento com baixo teor de clínquer e baixa emissão de CO2 .
Já a palestra de Luis Carlos Busato, sócio-diretor da Signus Vitae Projetos Ambientais Inteligentes, trouxe um novo olhar sobre a sustentabilidade com foco nos recursos naturais esgotáveis que devem estar em constante harmonia com a atividade, os impactos da indústria cimenteira e o desafio de se produzir cimento com sustentabilidade.
A palestra de Cary O. Cohrs, presidente do Conselho de Diretores da Associação Norte Americana de Cimento (PCA), mostrou o conceito da resiliência aplicada ao concreto, ou seja, a capacidade que o concreto tem de ser adaptar a mudanças e recuperar-se rapidamente. Ele apresentou, por exemplo, cases de habitações em concreto que foram as que mais resistiram frente a outros sistemas construtivos, após serem submetidas a catástrofes naturais nos Estados Unidos, e como esses exemplos estão sendo inseridos na elaboração dos códigos de obras, regulamentos e legislação.
Em tempos de economia de energia, vários expositores trouxeram soluções de eficiência energética em todas as etapas do processo de fabricação do cimento. A Schneider Electric, por exemplo, destacou o novo modelo de geração de energia elétrica a partir do aproveitamento dos gases quentes dos fornos de cimento, palestra que foi apresentada pela chinesa Rosy Wang, diretora de Soluções Mundiais para Cimento da empresa.
Compromisso com a sustentabilidade
O terceiro dia do evento foi marcado com as contribuições de representantes da indústria cimenteira. A palestra de Edvaldo Araújo Rabello, diretor da Votorantim Cimentos, abordou o crescimento com sustentabilidade e o compromisso que a empresa tem com ações sociais para proteção ambiental, como áreas karsticas, cavernas e remanescências da Mata Atlântica.
Daniel Mattos, gerente de Ecologia Industrial da Lafarge Brasil, mostrou que os índices de sustentabilidade do grupo no Brasil são superiores em relação à participação da Lafarge em outros países e de uma forma geral.
Francisco José Leme, coordenador mundial de Coprocessamento do Grupo Intercement, trouxe cases de coprocessamento de Portugal, abordando desafios e oportunidades, entre eles legislação e comparação com as políticas de aterro e incineração naquele país. Mostrou a tendência de aumento do coprocessamento de resíduos de demolição e reconstrução (entulho) e lodos urbanos, mas enfatizou que esses resíduos estão cada vez mais sendo vistos como um recurso potencial, embora para tal necessitem ser primeiramente tratados.
Palestras do público acadêmico e de expositores também abrilhantaram o congresso, com destaque para as tecnologias de fornos de cimento, que ajudam ainda mais a mitigar os impactos das emissões para o meio ambiente, a contribuição do uso da nanotecnologia na indústria, e também o uso de equipamentos e segurança para aplicabilidade em fábricas de cimento, além de serviços completos que podem aperfeiçoar as operações das fábricas cimenteiras.
O congresso trouxe também vários trabalhos que foram expostos na sessão pôster. Todas as apresentações estão disponíveis na área de Download do portal da ABCP.
Cenário
De acordo com o presidente da ABCP e também presidente do Congresso, engenheiro Renato Giusti, o 6º CBC mostrou que os investimentos em novas fábricas e em novas tecnologias deram ao Brasil um parque industrial moderno, posicionando o cimento brasileiro como um dos mais tecnicamente evoluídos e de alta qualidade, apropriado para o desenvolvimento do país. “O nosso desafio é fabricar cimento com menor impacto ambiental e nesta linha a indústria já pratica os três pilares da sustentabilidade e é considerada a mais ecoeficiente do mundo”, explica Renato Giusti.
Homenagem ao professor da indústria
Durante a apresentação da Votorantim Cimentos, o diretor da empresa, Edvaldo Araújo Rabello, solicitou a presença de Hugo Rodrigues, gerente de Comunicação da ABCP, e de Arnaldo Forti Battagin, diretor dos Laboratórios da ABCP, para juntos homenagearem o gerente de Tecnologia da Associação, Yushiro Kihara, que foi aplaudido de pé pelos presentes no auditório do congresso. Rabello destacou que Yushiro, em seus 45 anos dedicados à ABCP, é um dos grandes professores de diversos profissionais da indústria cimenteira.
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