Deconcic/Fiesp avalia PIB setorial e ABCP/SNIC mostram impacto da greve na indústria
A Diretoria do Departamento da Indústria da Construção (Deconcic), da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), reuniu-se na manhã desta segunda-feira (10/09/2018), em reunião plenária, para apresentar os dados consolidados do PIB da Construção no período 2007-2017, e também no 1º semestre de 2018, além de tratar de outros temas relevantes ao setor da construção civil.
Um desses temas foi o impacto da paralisação dos caminhoneiros, ocorrida em maio, sobre a indústria paulista e seus reflexos na construção civil. Conforme apresentação do presidente da ABCP e do SNIC, Paulo Camillo Penna, “o impacto de redução de vendas de 900 mil toneladas nos 10 dias de greve, somado à desaceleração econômica, alterou a previsão do SNIC de fechar o ano com 1% ou 2 % de crescimento para 1% a 2% negativos, levando o setor a quatro anos consecutivos de queda de vendas, o que significa até agora (de 2015 a julho de 2018) perdas de 26%”. As 900 mil toneladas de cimento representavam, na época da greve, 1,7% das vendas, o que explica a troca de sinal (de + para -) nas projeções de vendas para 2018.
Outro fator negativo para o setor foi a tabela de frete mínimo. O frete respondia antes da greve por 28% da receita líquida das empresas. Com a adoção da tabela, a indústria do cimento foi impactada em 114% neste item. “A tabela de frete mínimo afeta praticamente todos os setores, trazendo impactos mesmo naqueles em que o custo de transporte representa 3% da receita, mas o efeito é ainda mais drástico nos setores em que este custo tem grande relevância no faturamento das empresas. Entre os efeitos esperados pode-se destacar a primarização do transporte, o desabastecimento de algumas regiões e a diminuição da produção”, explica Paulo Camillo.
Na reunião plenária, o Deconcic também debateu ações para promover a disseminação de informações sobre o Programa Avançar Cidades – Mobilidade Urbana, visando ampliar investimento nessa área, especialmente na construção de calçadas, nos municípios do Estado de São Paulo. Nessa área, a ABCP desenvolveu e promove uma série de soluções amparadas pelo programa Soluções para Cidades.
O presidente da ABCP e do SNIC, Paulo Camillo, apresenta um balanço dos impactos causados à indústria do cimento pela greve de caminhoneiros e pela desaceleração econômica