Descarbonização da indústria é tema de encontro promovido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC)
Workshop reúne em Brasília, durante quatro dias, lideranças empresariais dos setores de cimento, alumínio, papel e celulose, aço, química e vidro para debater estratégias de descarbonização da indústria de base
A indústria brasileira do cimento participou na tarde desta quarta-feira (22/5), em Brasília, do Workshop Descarbonização da Indústria, organizado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI). O objetivo do encontro foi a criação de convergências em relação aos passos essenciais para a elaboração da estratégia de descarbonização da indústria, reconhecimento de rotas produtivas e tecnológicas, discussão de curvas de descarbonização e análise de instrumentos de viabilização.
A iniciativa se integra às ações para a consolidação da nova política industrial brasileira, proposta pelo CNDI, mais especificamente à Missão 5, que trata de Bioeconomia, Descarbonização e Transição Energética. Ao mesmo tempo, se insere às discussões do Plano Clima, iniciativa do governo que pretende discutir e apresentar, até novembro, metassetoriais de redução de GEE para os diferentes setores da economia, dentre eles a indústria.
A participação direta do setor produtivo é, portanto, essencial para a construção de uma estratégia adequada para a redução de emissões, objetivo deste encontro.
O evento, coordenado pelo secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioeconomia do MDIC, Rodrigo Rollemberg, e pela secretária executiva do CNDI, Verena Hitner, contou com representantes de governo, da ABCP e SNIC, na figura do seu presidente Paulo Camillo Penna e equipe; das Diretorias Técnicas e de Sustentabilidade das empresas produtoras de cimento, além da CNI, FIESP, UNIDO e outras entidades parceiras.
Pioneirismo
É importante destacar que a indústria nacional do cimento está entre as 10 maiores do mundo, além de já ser uma das mais ecoeficientes globalmente, conforme a GCCA (Global Cement and Concrete Association). Essa condição foi conquistada com múltiplas alternativas: uso de adições e matérias-primas alternativas, investimentos em eficiência energética e busca por combustíveis alternativos em substituição aos combustíveis fósseis (coprocessamento de resíduos e biomassas). Recentemente, por entender a necessidade de discutir e apresentar cenários que contemplem a neutralidade climática, a indústria brasileira aderiu ao programa Roadmap Net Zero (da GCCA) e incluiu na versão brasileira potenciais de descarbonização também nos concretos, sistemas construtivos, eletrificação e captura de carbono, entre outras soluções ao longo do seu ciclo de vida.
Sobre o CNDI
O CNDI, reativado em abril de 2023, é composto por 20 ministros, pelo presidente do BNDES e por 21 conselheiros representantes da sociedade civil, entre entidades industriais e representantes de trabalhadores. “A participação da sociedade civil, do setor privado e do terceiro setor no debate com o governo é fundamental para democratizar a formação de políticas públicas focadas na transição verde da neoindustrialização”, definem Rodrigo Rollemberg e Verena Hitner Barros.