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Paulo Camillo Penna, presidente da ABCP e do SNIC

08/11/2023IMPRENSA, Noticias, São Paulo

Descarbonização, transição energética e inovações tecnológicas na agenda prioritária do setor da construção

O Congresso Brasileiro do Cimento – CBCi, principal evento das cadeias de valor do cimento e produtiva da construção,  reuniu de 6 a 8 de novembro os principais especialistas internacionais, autoridades e lideranças empresariais de setores integrados à cadeia produtiva da construção, no Renaissance São Paulo.

Durante o Congresso, foram debatidos temas que interferem, inequivocadamente, na qualidade de vida da sociedade e no desenvolvimento socioeconômico do país, tratando de se buscar atender às necessidades habitacionais, de urbanização e de logística de transporte.

O evento foi aberto com pronunciamento do presidente da ABCP e do SNIC, Paulo Camillo Penna. Em seu discurso, o dirigente destacou o momento especial da indústria brasileira de cimento, que completará seu primeiro século de existência. “Temos orgulho de nossa trajetória, mas ao mesmo tempo a clareza de nossa responsabilidade pelo futuro. Por isso, estamos aqui hoje tratando de temas que são urgentes para a cadeia de valor do cimento e da construção, o crescimento sustentável e os novos caminhos da indústria”, enfatizou.

Em sua fala, o presidente reforçou ainda o forte poder de encadeamento econômico da indústria do comento. “Ela contribui para a evolução da economia, ampliação do emprego e acumulação de riqueza nas regiões. Porém, mais do que isso, ela gera bem-estar social. O parque industrial cimenteiro no Brasil possui 93 plantas, sendo 54 unidades integradas e 39 moagens, presentes em 82 municípios e em todas regiões do País. A cadeia produtiva do cimento é responsável por cerca de 75 mil empregos, dos quais 18 mil diretos, e pela geração de uma renda de 29 bilhões de reais ao ano, além de uma arrecadação líquida anual de mais de 3 bilhões de reais em impostos”, destacou.

Na abertura do Congresso, importantes especialistas internacionais como Arnaud Pinatel (ex-BNP Paribas e hoje líder da On Field Research Investments, Inglaterra), bem como secretários de estado do Brasil e renomados especialistas brasileiros e internacionais, analisaram as necessidades atuais, futuras e mundiais do setor e do segmento da construção.

 

Jornada Net Zero

A indústria brasileira do cimento apresentou na terça-feira (7), as bases do Roadmap Net Zero para acelerar a transição rumo a uma economia neutra em carbono. O setor, que internacionalmente foi o primeiro a firmar um compromisso de neutralidade climática, em escala global, dentro do programa Race to Zero da ONU, agora avança no seu compromisso de neutralidade climática no Brasil.

A ideia do posicionamento da indústria nacional é partir do Roadmap Brasil – lançado em 2019 e que apontava meios para reduzir a emissão de CO2 na produção de cimento – e ampliar para o ciclo de vida do produto, incorporando o concreto, a construção, a eletrificação, entre tantas outras ramificações que permitam alcançar a neutralidade climática do setor até 2050.

Este aumento de ambição reforça ainda mais o protagonismo da indústria nacional na agenda climática, que ocupa historicamente uma posição de referência entre os países com a menor emissão de CO2 por tonelada de cimento produzida no mundo, tendo estado à frente desse indicador em mais de 20 dos 30 anos da série histórica.

Durante o 8º CBCi foram apresentadas as principais iniciativas voltadas à neutralidade climática na indústria do cimento no mundo; sob a perspectiva Global, pelo CEO da Global Cement and Concrete Association (GCCA), Thomas Guillot; da América Latina, pela diretora executiva da Federação Interamericana de Cimento (FICEM), Maria Jose Garcia; e do Brasil, conduzida pelo presidente da ABCP/SNIC, Paulo Camillo Penna.

 

Coprocessamento avança na indústria cimenteira

O coprocessamento, atividade responsável pela transição energética na indústria do cimento, atingiu sua melhor marca em 2022, desde o início das medições. Foram 3,035 milhões de toneladas de resíduos processados, sendo 2,856 milhões de toneladas de combustíveis alternativos e biomassas e 179 mil toneladas de matérias-primas alternativas.

Ao todo foram cerca 2,9 milhões de toneladas de CO2 evitados no período. É o que revelou o Panorama do Coprocessamento 2023 (ano base 2022), divulgado pela ABCP durante o segundo dia do 8º CBCi, já disponível aqui para download.

 

Meta antecipada

A atividade alcançou 30% de participação na matriz energética – antecipando a meta prevista para 2026. Já são 25,813 milhões de toneladas de resíduos coprocessados nos fornos de cimento de 1999 a 2022, ou seja, uma nova destinação aos resíduos, que deixam de ir para aterros e são transformados em energia ou substituem matérias-primas utilizadas pela indústria do cimento, preservando os recursos naturais em linha com a circularidade.

Com o coprocessamento, o setor mantém seu compromisso e segue atuando na redução das emissões de CO2, com o uso de diversos tipos de resíduos em substituição ao coque de petróleo, combustível fóssil mais utilizado no processo de fabricação de cimento. Inúmeros são os exemplos de resíduos coprocessados pela indústria do cimento como: pneus usados, resíduos da agroindústria (como palha de arroz, casca de babaçu e caroço de açaí) e mais recentemente os resíduos sólidos urbanos (RSU) – lixo doméstico, na sua fração não reciclável. Só em pneus inservíveis foram coprocessados 340 mil toneladas em 2022, o que corresponde a cerca de 68 milhões de pneus.

 

Agenda de Inovação

No último dia da oitava edição do CBCI, o tema central da plenária “O papel da inovação na produtividade, custos e descarbonização”, teve como palestrante de abertura Vanderley John, professor titular de Materiais e Componentes de Construção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).

A mesa que debateu o papel dos diferentes atores da cadeia de inovação contou com a presença de Vahan Agopyan, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo, Carlos Massucato, mestre em Engenharia Civil pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) representando o hubIC, professor Marcelo Nakagawa, especialista em Empreendedorismo e Inovação, e da engenheira Sofia Pimento, diretora de Strategy, AI&Data, M&A da Deloitte.

O hubIC é um acordo de cooperação entre USP, ABCP) e SNIC para operação do primeiro espaço cooperativo de inovação e construção digital de base industrial do Brasil. A maior iniciativa de inovação hardtech da construção alcançou no último ano resultados significativos, como a produção das primeiras peças cimentícias em 3D e a adesão de mais de 30 companhias ao ambiente de construção digital.

 

Avanços tecnológicos na habitação

Os avanços tecnológicos na habitação brasileira e como eles desempenham um papel fundamental na promoção da inovação e no avanço geral do setor da construção foi o tema de painel que contou com a participação de Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos FGV-IBRE, para a abordar o mercado imobiliário habitacional: desempenho recente e tendências, e de Luiz Alberto Nazaki Sugahara, consultor da vice-presidente de Habitação da Caixa Econômica Federal para falar sobre as perspectivas do novo programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Houve ainda a apresentação de dois cases de sucesso no tema da industrialização da construção habitacional, com Flávio Paulino, diretor de Produtos e Projetos da MRV&CO e Gregory Lacerda, gerente de Planejamento e Gestão na FA Oliva.

 

Oportunidades na infraestrutura nacional e soluções para cidades

No último dia do evento houve ainda duas plenárias: “O Brasil em Construção – Oportunidades na Infraestrutura Nacional” e “Transformação nas Cidades – Perspectiva Social e Ambiental”.

Na primeira, políticas públicas, regulamentações, programas de financiamento e a conscientização da sociedade como estímulo à adoção de práticas mais modernas para o desenvolvimento da infraestrutura do país, levantadas por Rogerio Caiuby, conselheiro executivo do Movimento Brasil Competitivo, que traça um panorama do Custo Brasil a Infraestrutura.

Na sequência, investimentos em rodovias e o papel do concreto, o planejamento de Infraestrutura, o papel do setor privado na qualificação de rodovias e investimentos na malha ferroviária dominaram os debates conduzidos por Fernando Machado Diniz, diretor de Comunicação e Relações Institucionais do Moveinfra, e Vicente Abate, presidente da Associação Brasileira da Industria Ferroviaria (ABIFER).

 

Transformação das cidades

A busca por soluções integradas que abordem as necessidades da população, promovam a justiça social e a inclusão, ao mesmo tempo em que reduzem os impactos ambientais negativos foi o tema central da plenária “Transformação das Cidades – Perspectiva Social e Ambiental”. A plenária foi aberta com um panorama “O que as cidades precisam para atender às mudanças sociais, tecnológicas e ambientais”, ministrada por Sergio Myssior, CEO do Grupo MYR.

Houve ainda a apresentação de três cases de transformação urbana, com soluções à base de cimento, que mostram o impacto das intervenções, “Case Fortaleza (CE): Como Fortaleza está mudando a solução de vias urbanas”, “Case Brasília (DF): Impacto das obras no Distrito Federal no desenvolvimento econômico e social” e “Case Maricá (RJ): Programa Calçada Acessível”. Participaram dos debates Guilherme Teles Gouveia Neto, coordenador de Projetos da Secretaria Municipal da Infraestrutura de Fortaleza (Seinf), Luciano Carvalho de Oliveira, secretário de Obras e Infraestrutura do Distrito Federal, e Luiz Gustavo Guimarães, especialista em Desenvolvimento Setorial da FIRJAN, com moderação da gerente de Cidades da ABCP, Érika Mota.

 

>> A programação completa do Congresso Brasileiro de Concreto está disponível no site

 

SERVIÇO

8º Congresso Brasileiro de Cimento Portland – CBCi
Data: 6 a 8 de novembro de 2023

Local: Renaissance São Paulo Hotel
Endereço: Alameda Santos, 2233 – Jardim Paulista, São Paulo

Informações para Imprensa – FSB
Celso de Souza – (11) 99193.1593 – celso.souza@fsb.com.br

Daniela Nogueira – (11) 96606.4960 – daniela.nogueira@fsb.com.br

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