Centro-Oeste

Foto: Rodovias & Vias

17/05/2023Centro-Oeste, IMPRENSA, Noticias

Exemplo Concreto

O projeto, que aplicará investimentos de R$ 55 milhões por parte do Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF), conectará em pavimento de concreto, Plano Piloto, Ceilândia, Taguatinga, Águas Claras e Vicente Pires, Samambaia e Cidade Estrutural, indo até Águas Lindas de Goiás. Solução pensada para suportar altíssima exigência, a via Estrutural foi iniciada já em dezembro de 2022, e tem potencial para beneficiar cerca de 100 mil pessoas que trafegam por estas regiões.

Visões técnicas

Considerada uma inovação em termos da aplicação no Distrito Federal, a execução da DF-095, “Via Estrutural” na capital brasileira, é também um case importante para o segmento, como avalia o engenheiro civil Fernando Crosara, gerente regional da ABCP Centro Oeste. “O GDF tem utilizado o pavimento de concreto em várias obras de construção de novas vias e na restauração de outras cuja vida útil já está comprometida. O pavimento de concreto tem como característica principal a grande durabilidade, sendo projetado para durar um mínimo de 20 anos com baixíssima manutenção (vide Buraco do Tatú e L2 Norte-Sul, com mais de 62 anos) enquanto o asfalto projetado para 10 anos, não chega a cinco anos sem um início de manutenção. O custo dessa manutenção no asfalto é dez vezes maior que no concreto”, avalia o engenheiro, acrescentando ainda: “Essa redução de manutenção reduz também o tempo de retardo nas viagens e de acidentes, trazendo novas economias com redução de consumo de combustíveis e despesas hospitalares. Para que isso aconteça, é preciso cuidado com o concreto que é aplicado, tanto em seu projeto, quanto à formulação de traço, bem como nas fases de sua execução (concretagem, cura, corte e selagem de juntas, etc.). Falta de atenção para esses itens pode ser oneroso para o construtor, por isso recomendamos uma série de cuidados, e sempre que cumpridos, não deixam problemas”, disse.

O engenheiro destaca outras vantagens: “O pavimento rígido tem ainda outras características favoráveis, quando comparadas ao asfalto, que podem ser observadas, e que levam a condições de conforto e segurança para a população que deles se utiliza, como: mais segurança, por não criar trilhas de roda, evitando aquaplanagem e reduzindo a distância de frenagem sem buracos, o que melhora o conforto de rolamento, reduzindo a emissão de CO2 e; por sua cor mais clara, reduz a temperatura ambiente em até 5°c nos dias mais quentes, e reduz a necessidade de iluminação pública, em torno de 25%”.

Ele aponta ainda que “Outra grande vantagem que ele tem apresentado é econômica. Antigamente se dizia que o pavimento de concreto só se aplicava em pistas com tráfego muito pesado de ônibus e caminhões, mas isso mudou. Com a evolução do preço do asfalto e com crescimento muito menor do preço do cimento, e o uso de novas técnicas como placas menores e uso de macrofibras (tem sido possível reduzir bastante as espessuras do concreto do pavimento), empresas que constroem grandes condomínios, tem utilizado o concreto para pavimentar suas vias, onde normalmente se usava uma “casquinha de asfalto” com 3 a 4 cm. Ficou mais barato, e melhor”.

Por fim, o engenheiro detalha que “no caso da DF095, toda a matéria-prima utilizada no pavimento de concreto é produzida e industrializada dentro do DF, promovendo uma vantagem muito grande em termos de arrecadação de impostos, evitando importações. Notamos ainda um aumento de empregos nas concreteiras, laboratórios de tecnologia e fábricas de cimento, além de uma melhoria tecnológica desses segmentos, que precisa ser incorporada, para atender os requisitos de projetos.”

“Outra coisa que o aumento na produção de cimento proporciona é o desenvolvimento das atividades de coprocessamento nas indústrias, eliminando pneus inservíveis e lixo urbano nos fornos de cimento, ao invés de importar o caríssimo coque de petróleo. A perspectiva de termos vias melhores, sem buracos e ajudando a economia da sociedade, e o meio ambiente, é muito inspiradora”, afirmou Crosara.

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