Indústria brasileira do cimento projeta alta nas vendas do segundo semestre
Após fechar o primeiro semestre com alta de 3,5% nas vendas de cimento, em comparação ao mesmo período de 2024, a indústria brasileira espera encerrar 2025 com desempenho positivo. No ano, o setor prevê um crescimento na ordem de 2% a 3,5%. O segundo semestre costuma trazer vendas mais fortes para o setor, mas as pressões políticas e econômicas ainda podem atrapalhar o desempenho.
Os estímulos governamentais, como o aumento do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a manutenção de gastos, aliados a um mercado de trabalho aquecido, estão adiando a desaceleração do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Por outro lado, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que desempenha um papel importante para a demanda por cimento, não está tendo o desempenho desejado e encontra dificuldade para atingir os avanços necessários.
A possível taxação da LCI (Letra de Crédito Imobiliário) traz preocupação ao setor da construção civil, uma vez que esses produtos financeiros investem em projetos imobiliários e atualmente são isentos de imposto. Esse novo tributo deve inibir o investimento, uma vez que irá reduzir sua rentabilidade e elevar o custo do financiamento habitacional.
O financiamento imobiliário, por sua vez, apresentou uma forte queda de 31,9% nas unidades contratadas, já refletindo a alta da Selic. A majoração da taxa básica de juros amplia a concorrência dos ativos financeiros frente aos ativos imobiliários.
Com isso, o consumo de cimento, que está sendo sustentado ainda pela grande quantidade de lançamentos imobiliários do ano passado, pelo consumo do autoconstrutor e pelos investimentos em infraestrutura logística, poderá desacelerar nos próximos meses. Neste cenário de referência, as projeções apontam para um crescimento de 2,1% no ano de 2025.
Em relação aos investimentos previstos em rodovias, vale lembrar que o Brasil possui 1.721.000 quilômetros de estradas e rodovias, o que faz do país dono da quarta maior malha rodoviária do mundo. Entretanto, há um dado alarmante: somente 12,4% da malha viária é pavimentada. Para reverter esse cenário é imprescindível ampliar os investimentos na construção civil e incluir nas licitações públicas a opção pelo pavimento de concreto – método construtivo de maior durabilidade, mais econômico, que proporciona mais conforto e segurança para os usuários e ainda exerce menor impacto ambiental.