Indústria brasileira do cimento revê projeção de crescimento
Os eventos climáticos extremos no Sul e a turbulência no cenário macroeconômico levaram a indústria brasileira do cimento a rever suas projeções de crescimento, de 2,4% para 1,4% no consumo em 2024, o que representa 900 mil toneladas acima de 2023. Este volume recupera apenas um terço das perdas acumuladas entre 2022 e 2023, de 2,8 milhões de toneladas. Ainda assim, o setor segue otimista com as obras do Programa Minha Casa, Minha Vida, de grandes leilões de saneamento e da retomada dos investimentos em infraestrutura.
Por outro lado, os recentes cortes de recursos e a redução de investimentos afetam importantes obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que desempenha um papel importante para demanda por cimento.
Em relação aos investimentos previstos em rodovias, vale lembrar que o Brasil possui 1.721.000 quilômetros de estradas e rodovias, o que faz do país dono da quarta maior malha rodoviária do mundo. Entretanto, há um dado alarmante: somente 12,4% da malha viária são pavimentados. Para reverter esse cenário é imprescindível ampliar os investimentos na construção civil e incluir o pavimento de concreto como opção nas licitações públicas, por ser um método construtivo de maior durabilidade, mais econômico, que proporciona mais conforto e segurança para os usuários e ainda exercer menor impacto ambiental.
Há ainda uma efetiva expectativa do setor com relação à Lei 14.871/24, que busca a modernização do parque industrial brasileiro por meio de depreciação acelerada de máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos novos destinados ao ativo imobilizado.
Ainda na esfera federal, a maior expectativa se volta para a aprovação do Sistema Brasileiro de Comércio e Emissões e a regulamentação da Reforma Tributária. Questões como o tratamento específico para a construção civil e incorporação, bem como precificação de carbono, seguem como preocupações centrais do setor.