Banco de pautas

21/06/2011Banco de pautas, IMPRENSA

Novos sistemas construtivos permitem obra limpa

O entulho da construção civil – resíduos formados por argamassa, areia, cerâmicas, concretos, madeira, metais, papéis, plásticos, pedras, tijolos, tintas etc – tornou-se um problema nas grandes cidades brasileiras. A Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), braço técnico do setor cimenteiro, há alguns anos, desenvolve programas e promove sistemas que colaboram para a redução de entulho nas obras.

A quantidade de resíduos sólidos gerada nas cidades brasileiras é expressiva e pode servir como um indicador do desperdício de materiais. Segundo a resolução 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), as prefeituras não podem receber os entulhos de construção e demolição no aterro sanitário. Cada cidade deve ter um plano integrado de administração de resíduos da construção civil.

Residências – Em São Paulo, a lei proíbe a disposição de entulho em vias públicas e permite que cada residência gere, no máximo, 50 kg por dia para ser recolhido pelos garis através da coleta domiciliar convencional, desde que os entulhos estejam devidamente acondicionados.

Segundo a Prefeitura de São Paulo, se a quantidade de resíduos for superior à estabelecida em lei, o responsável pela remoção e pela destinação do entulho é o próprio construtor. Por isso, é necessário contratar o serviço regularizado das empresas transportadoras que atuam com caçambas. É necessário, antes de fechar o serviço, verificar a lista das empresas cadastradas pela administração municipal, pois apenas as regularizadas podem despejar o entulho em aterros de resíduos da construção, oferecendo acomodação final ambientalmente apropriada aos materiais.

Construtoras – Desde sua criação, a resolução exige que as construtoras apresentem, junto com o projeto arquitetônico e de engenharia, um programa de gerenciamento de resíduos sólidos, determinando a quantidade, a qualidade do entulho e onde ele será depositado. Além disso, elas passam a ser responsáveis pela destinação do lixo gerado; ou seja, se o entulho for depositado em local inadequado, a construtora será penalizada com uma multa.

“O entulho da obra encaminhado a uma usina de reciclagem ou beneficiado no próprio canteiro pode ser reutilizado como base de pavimentação e ainda na fabricação de artefatos de cimento, argamassa, contrapiso e concreto, atendendo à resolução Conama e às normas ABNT pertinentes”, explica Cláudio Oliveira, gerente de Indústria de Pré-fabricação da ABCP.

Antes de a lei entrar em vigor, muitas construtoras já haviam constatado que o entulho no canteiro de obra é sinal de desperdício. Para amenizar o problema e orientar a disposição, o Sindicato da Indústria de Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) e representantes da cadeia produtiva elaboraram uma cartilha quanto à destinação do entulho. Essa também tem sido uma preocupação da ABCP, que vem apoiando o desenvolvimento de sistemas construtivos visando à redução dessas sobras.

Cláudio Oliveira alerta que a ausência de melhor planejamento e a falta de treinamento das equipes de construção são agravantes para a geração de entulhos. “Paredes irregulares, por exemplo, são as principais responsáveis pelo gasto excessivo de materiais, como argamassa, blocos e tijolos”, explica.

Segundo ele, com 1 metro cúbico de entulho reciclado é possível fabricar 227 blocos de concreto. Com 5 metros cúblicos de entulho, é possível erguer uma casa popular. Tudo com as orientações das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que define parâmetros de qualidade dos agregados reciclados.

Para obras de edificações mais limpas, a ABCP indica os sistemas de alvenaria estrutural com blocos de concreto, paredes monolíticas e os pré-fabricados para estruturas e fachadas em que a utilização dos materiais é racionalizada.

Alvenaria Estrutural com Blocos de Concreto – Muitas empresas têm optado pelo sistema, não apenas devido à redução do volume de resíduos, mas também pela diminuição das horas de trabalho e do consumo substancial de alguns materiais, como madeira, aço e revestimento.

Neste sistema, o projetista consegue calcular o número exato de blocos que serão utilizados e eliminar as etapas de rasgos nas paredes para colocação de instalações elétricas e hidráulicas, que conduzem ao desperdício e ao retrabalho.

Considerando todas estas vantagens, o metro quadrado de parede pronta de blocos de concreto chega a ser 25% mais barato que o das demais alternativas.

Pré-fabricados de concreto – Esse sistema construtivo atende perfeitamente à resolução Conama, pois as peças de concreto são preparadas na fábrica e trazidas diretamente para o canteiro, prontas para serem encaixadas e formar, assim, a edificação.

O pré-fabricado de concreto é um dos sistemas que mais evoluíram nos últimos anos. Mais recentemente, as inovações tecnológicas do sistema têm sido colocadas a serviço da arquitetura, por meio das fôrmas arrojadas das estruturas e fachadas pré-fabricadas. Feitos sob medida para cada obra, os painéis, por exemplo, podem reproduzir qualquer desenho de fachada com qualidade e rapidez. A construção formal está migrando para os sistemas pré-fabricados de concreto em função da agilidade, economia e limpeza do canteiro que este tipo de obra proporciona.

Outro fato que vem contribuindo muito para reduzir a geração de entulhos é a norma de Coordenação Modular, que exige que os sistemas e componentes tenham medidas padronizadas de forma industrial e sejam compatibilizados desde o projeto. Com isso, a construção se torna mais racionalizada, com alto índice de produtividade e com geração de entulho zero.

Concreto PVC – Técnica desenvolvida no Canadá, o sistema construtivo Concreto-PVC utiliza perfis leves de PVC encaixados por módulos, deixando um vão livre, oco, preenchido com concreto, que pode ser reciclado, e aço estrutural. No Canadá, o sistema é conhecido como “Casa de PVC”. O nome Concreto-PVC deve-se à Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP).

Como este sistema industrializado de paredes monolíticas é formado por perfis leves de PVC, ele possibilita um encaixe simples e rápido dos módulos, preenchidos com concreto e aço estrutural, o que garante agilidade na obra. Neste modelo, os painéis de PVC atuam como fôrma, confinando o concreto que constitui a edificação. Isso garante excelente acabamento interno e externo às paredes da moradia.

Outras vantagens do sistema que merecem destaque são a alta produtividade com equipes reduzidas, obra limpa, sem entulho e sem desperdício, controle dos materiais e custos, durabilidade dos materiais e facilidade de limpeza e manutenção no pós-uso, menor consumo de água e energia na obra. Somam-se a esses benefícios a elevada durabilidade e a baixa manutenção das edificações oferecidas pelo sistema concreto PVC.

Sobre a ABCP – A Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) é uma entidade sem fins lucrativos, mantida pela indústria brasileira do cimento, que há 75 anos promove estudos sobre o cimento e suas aplicações. Reconhecida nacional e internacionalmente como centro de referência em pesquisas da construção, a ABCP também atua no desenvolvimento de tecnologias sobre o concreto e mantém uma equipe de profissionais graduados à disposição do mercado, para treinamentos, consultoria e suporte a grandes obras da engenharia brasileira. Tudo isso para garantir a qualidade e as boas práticas do produto que representa. Para saber mais sobre a ABCP, visite o site www.abcp.org.br.

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