O investimento em infraestrutura e a retomada do crescimento econômico
Existe um grande consenso no país de que o investimento em infraestrutura é uma condição necessária para a retomada do crescimento econômico sustentado. Nesse sentido, 2024 já começou com boas perspectivas. Dados da 23ª Carta de Infraestrutura da consultoria Inter.B apontam um crescimento de 11% neste ano, subindo de R$ 194,45 bilhões em 2023 para R$ 215,83 bilhões.
A participação desses investimentos no PIB nominal caiu levemente em 2023 e volta a um patamar da ordem de 1,87% em 2024, desempenho considerado notável, tendo em vista a média das duas últimas décadas – cerca de 2% do PIB.
Os dados analisados contemplaram os setores de transporte, saneamento básico, energia elétrica e telecomunicações. Em transportes, que inclui rodovias, portos, hidrovias, ferrovias, aeroportos e mobilidade urbana, a consultoria aponta que os investimentos podem atingir até R$ 75,34 bilhões, com destaque para o segmento rodoviário, com R$ 47,05 bilhões previstos.
A logística de transporte perpassa diferentes modais e infraestruturas e é elemento estratégico para o crescimento e a competitividade, principalmente do agronegócio brasileiro, afinal o escoamento da produção é feito principalmente pelas rodovias. Nesse sentido, o governo federal anunciou em fevereiro um pacote que prevê melhorias em estradas de todas as regiões do país.
Diante desse cenário, a cadeia produtiva de infraestrutura – na qual a indústria do cimento está inserida – acompanha junto aos órgãos competentes as ações que envolvam projetos e obras estruturantes e que impactem na logística do agronegócio brasileiro, com vistas a viabilizar um adequado e eficiente escoamento da produção agropecuária. Isso envolve propostas para as adequações na busca de soluções duráveis e estratégicas na conexão entre grandes centros produtores, consumidores e portos de exportação. Nesse aspecto, a recuperação das vias com pavimento de concreto tem sido cada vez mais procurada por ser uma solução mais econômica e sustentável, apresentar longa durabilidade – que pode ultrapassar a 30 anos – e consequentemente reduzir os custos com manutenção, trazendo também mais segurança aos usuários.
No entanto, para avançar ainda mais é importante que haja continuidade de projetos que possam, a médio e longo prazo, estimular as concessões e Parcerias Público-Privadas (PPP) em obras públicas. Dessa forma, o aquecimento nas atividades dos municípios pode trazer recursos e gerar empregos e renda, que é tudo o que hoje mais se necessita para a retomada e do crescimento econômico e social do Brasil.