Oscar Niemeyer, o mestre das curvas
“Uma das minhas alegrias é procurar a forma nova e criadora que o concreto armado sugere. Descobri-la, multiplicá-la, inseri-la na técnica mais avançada. Criar o espetáculo arquitetural”.
(Extraído do livro As Curvas do Tempo, memórias do arquiteto)
Oscar Niemeyer, um dos maiores expoentes da arquitetura moderna, morreu na quarta-feira, 5 de dezembro de 2012, no Rio de Janeiro, aos 104 anos. Uma perda inestimável para o Brasil e para todos que puderam conviver e aprender com sua maestria profissional e seu caráter humanitário.
Com seu talento, o gênio Niemeyer moldou em concreto armado as mais criativas e plásticas soluções construtivas, que resultaram em obras inigualáveis, marcadas pela suavidade das curvas que se tornaram sua principal marca estilística.
Foi um dos brasileiros mais reconhecidos no mundo, tendo projetado obras em diversas partes do mundo – América, Europa, África, Oriente Médio.
Apesar do renome internacional, foi um homem que pregava a simplicidade e fez seus principais projetos no Brasil, em especial nas cidades de Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e Niterói.
Entre essas obras-primas da arquitetura moderna, destacam-se: Conjunto Arquitetônico da Pampulha (MG), Congresso Nacional e Esplanada dos Ministérios, Supremo Tribunal Federal, Palácios do Planalto e da Alvorada, a Catedral de Brasília, entre outros edifícios da capital brasileira (DF), Museu Oscar Niemeyer (PR), Sambódromo da Marquês de Sapucaí e Museu de Arte Contemporânea de Niterói (RJ), Edifício Copan, Memorial da América Latina, Marquise e Teatro do Parque do Ibirapuera (SP).
Niemeyer e ABCP
Por duas ocasiões, a ABCP teve a oportunidade de render a merecida homenagem a Oscar Niemeyer.
Em agosto de 2004, o presidente da ABCP, Renato Giusti, visitou o arquiteto no Rio de Janeiro, às vésperas de uma homenagem que lhe seria feita pela Câmara Municipal de São Paulo e pelo Instituto Tomie Ohtake. Na ocasião, ele ganhou o título de Cidadão Paulistano e inaugurou a exposição “Oscar Niemeyer em São Paulo” (23 de agosto a 3 de outubro de 2004), copatrocinada pela ABCP. Na mesma oportunidade, a Associação patrocinou o livro homônimo (Editora Quota de Arte).
Ao receber o presidente da ABCP, no dia 19, Niemeyer resumiu a importância do cimento para suas obras: “Sem cimento eu não faria arquitetura. O concreto é um material maravilhoso, que se molda a tudo e é belo”, registrou.
Em 2007, por ocasião do centenário do arquiteto, a ABCP agradeceu ao eminente projetista brasileiro em seu site, com uma dedicatória.
“A arquitetura tem de criar a emoção e a surpresa que uma obra de arte exige.” (Oscar Niemeyer)