Pavimento de concreto é alternativa para a melhoria das estradas brasileiras
País precisa investir R$ 39 bilhões na malha rodoviária
A rede rodoviária é a principal via de escoamento do Brasil. Dela, apenas cerca de 13% é pavimentada (213 mil de 1,365 milhão de km) e desse total 96% são estradas pavimentadas com revestimento asfáltico. Grande parte dela encontra-se em precária conservação, como destaca a recém-divulgada 23ª pesquisa sobre as condições das rodovias brasileiras, realizada pela CNT (Confederação Nacional dos Transportes), que mostrou que são necessários R$ 39 bi em investimentos para recuperar as rodovias brasileiras em relação a manutenção e reconstrução. Ainda de acordo com o levantamento, estes problemas identificados nas estradas são considerados 28,5% do custo operacional do sistema de transporte rodoviário no país.
É notória a necessidade de uma infraestrutura brasileira de transporte terrestre adequada, capaz de garantir o pleno desenvolvimento do Brasil. Como uma alternativa mais econômica e sustentável, o pavimento de concreto é hoje uma solução para a melhoria da situação das estradas brasileiras, em face de sua vida útil muito superior aos 20 anos de projeto suportando tráfego intenso e pesado, com necessidade de reduzidíssimas manutenções periódicas, além de outras importantes e favoráveis características. Uma solução capaz de suprir a carência de investimentos e os escassos recursos, os quais hoje se apresentam insuficientes, até mesmo para as mínimas e necessárias intervenções de manutenção.
“O país passa por profundas mudanças, seja por parte dos Governos e seus líderes, seja por parte da sociedade, que exige uma melhor aplicação do dinheiro público na infraestrutura. E essa exigência passa, obrigatoriamente, pelo estudo de pavimentos alternativos ao asfalto nas nossas malhas urbanas e rodoviárias”, esclarece o presidente da ABCP, Paulo Camillo Penna.
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Saiba mais sobre a Pesquisa CNT
Pesquisa CNT no jornal Valor Econômico:
CNT estima que rodovias brasileiras precisam de R$ 39 bi em investimentos
Os problemas identificados nas estradas elevam em 28,5% o custo operacional do sistema de transporte rodoviário
A Confederação Nacional do Transporte (CNT) estima que são necessários R$ 38,6 bilhões para recuperar as rodovias brasileiras com ações de manutenção e reconstrução. Como resultado, a entidade considera que os problemas identificados nas estradas elevam em 28,5% o custo operacional do sistema de transporte rodoviário no país, conforme apontou os dados da 23ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias. O estudo da confederação mostrou que a pavimentação deficiente aumenta o custo de manutenção dos veículos e o consumo de combustível, lubrificantes, pneus e freios, além de reduzir a segurança viária. Apesar do acréscimo médio de custo no país atingir 28,5%, o percentual em rodovias com pavimento em péssimo estado de conservação chega a 91,5%.
No Norte, o aumento de custo por problemas nas estradas é de 38,4%. Nas demais regiões, os percentuais caem para 31% no Centro-Oeste, 28,6% no Sul, 27,3% no Nordeste e 23,5% no Sudeste.
“É urgente a necessidade de ampliar os recursos para as rodovias brasileiras e melhorar a aplicação do orçamento disponível”, afirmou o presidente da CNT, Vander Costa, em nota divulgada pela entidade.
A pesquisa indicou que 59% dos trechos avaliados apresentam problemas em seu estado geral, com 34,6% em condição regular, 17,5% ruim e 6,9% péssima. Sobre aspectos mais específicos das rodovias, os dados mostraram que houve piora na situação do pavimento (52,4% com problema), na sinalização (48,1%) e na geometria da via (76,3%). No pavimento, 35% foi considerado regular, 13,7% ruim e 3,7% péssimo. Na sinalização, 26,1% foi apontado como regular, 11,6% ruim e 10,4% péssimo. Já em relação à geometria, o estudo indicou que 26,6% está em condição regular, 20,7% ruim e 29% péssimo.
Os pontos críticos identificados ao longo dos trechos pesquisados aumentaram 75,6%, passaram de 454 (2018) para 797 (2019). Foram registrados como pontos críticos a queda de barreira, pontes caídas, erosão na pista, buraco grande. A CNT avalia que tais condições podem trazer graves riscos à segurança dos usuários, além de custos adicionais de operação.
De acordo com o levantamento, a piora do estado geral também atingiu as rodovias geridas pela iniciativa privada. Em 2019, 25,3% da extensão desses trechos tiveram o estado geral classificado como regular, ruim ou péssimo, mas 74,7% da malha concedida foi avaliada como ótima ou boa.
A confederação destacou que, no ano passado, esses índices foram 18,1% para a avaliação negativa e 81,9% para positiva. A 23ª Pesquisa CNT de Rodovias demonstrou que todas as dez melhores ligações rodoviárias do país passam por São Paulo – todas administradas pela iniciativa privada.
A pesquisa da CNT avaliou as condições de toda a malha federal pavimentada e dos principais trechos estaduais, que alcançam a extensão de 108.863 quilômetros sob a gestão direta dos governos ou concedida à iniciativa privada. Para levantar os dados, 24 equipes de pesquisadores percorreram as cinco regiões do país durante 30 dias – entre 20 de maio e 18 de junho.
Por Rafael Bitencourt / Valor Econômico — De Brasília (23/10/2019)