Redução no IPI é medida corajosa e contribuirá para competitividade da indústria do Brasil
Medida pode ajudar também no equilíbrio de preços diante do desarranjo na cadeia de suprimentos provocado pela guerra na Ucrânia
A Coalizão Indústria se reuniu nesta segunda-feira (07/03) para discutir os impactos positivos da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) na reindustrialização do Brasil e os efeitos da guerra na Ucrânia para a indústria do país. O evento foi realizado de maneira híbrida, virtual e presencialmente em São Paulo, no Hotel Blue Tree Faria Lima, respeitando todos os protocolos sanitários.
Marco Polo de Mello Lopes, coordenador da Coalizão Indústria e presidente executivo do Instituto Aço Brasil, disse que a redução do IPI é um pleito antigo da Coalizão Indústria. “A expectativa da Coalizão era a de que a redução fosse de 50%, mas entendemos que a redução de 25% é extremamente importante porque vai na direção da extinção desse imposto. A medida é justa, correta e necessária”, disse Lopes.
José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico), ressaltou que a decisão do governo federal de reduzir em 25% o IPI é um passo importante em prol da reindustrialização do país. “O IPI é um imposto que nunca deveria ter existido. Ele incide somente sobre a indústria e onera toda a produção. Por isso, já vínhamos discutindo com o governo a eliminação do imposto. A decisão de cortar parcialmente para todos os segmentos industriais vai na direção de um começo da reindustrialização brasileira”, disse.
Sobre a guerra na Ucrânia, o coordenador da Coalizão Indústria fez questão de ressaltar que o grupo de associações industriais lamenta profundamente as perdas humanas durante o conflito. “É uma catástrofe humanitária”, classificou. “Economicamente, a guerra já vem afetando toda a logística global, aumentando o preço do frete marítimo e causando efeitos negativos em toda a cadeia de suprimentos. A tendência é o aumento ainda maior do preço de matérias-primas energéticas, que já apresentavam alta significativa mesmo antes da guerra na Ucrânia, impactando fortemente o custo da indústria”, disse.
Fernando Valente Pimentel, presidente executivo da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), reforçou a preocupação a respeito das consequências dos ataques russos à Ucrânia no frete internacional. “A tendência é que os custos voltem a subir. Além disso, é preciso analisar as rotas que estão sendo prejudicadas em função da guerra. Esses são alguns dos fatores que estão interferindo na cadeia de suprimentos e que podem comprometer o fornecimento de alguns insumos para a produção”, destacou.
A fabricação de semicondutores, insumo fundamental para a produção de produtos eletrônicos e de automóveis, é outra preocupação importante. A produção desses itens havia sido severamente afetada quando a pandemia de Covid-19 surgiu. E, segundo Humberto Barbato, presidente executivo da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica Eletrônica), Rússia e Ucrânia são as principais fornecedoras de elementos de fabricação de semicondutores.
Apesar do cenário incerto pela frente, o coordenador da Coalizão Indústria fez questão de ressaltar que o grupo não compartilha das previsões negativas que vêm sendo apresentadas para a economia do país em 2022. “Estamos investindo e isso significa confiança”, afirmou. O Ministério da Economia estima que a redução do IPI trará incrementos no PIB de R$ 467 bilhões e nos investimentos, de R$ 314 bilhões, em 15 anos.
Estavam presentes na coletiva Marco Polo de Mello Lopes – Coordenador da Coalizão Indústria / Presidente Executivo do Instituto Aço Brasil (AÇO BRASIL); José Ricardo Roriz Coelho – Presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST); Fernando Valente Pimentel – Presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT); Synésio Batista da Costa – Presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ); Paulo Camillo Penna – Presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP); José Velloso Dias Cardoso – Presidente Executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ); José Jorge do Nascimento Júnior – Presidente Executivo da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (ELETROS) e Humberto Barbato – Presidente Executivo da Associação Brasileira Indústria Elétrica Eletrônica (ABINEE). Fazem parte também da Coalizão Indústria ainda a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB); a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados); a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC); a INTERFARMA e o Grupo Farma Brasil.
Veja o que foi publicado na imprensa:
coalizao_industria_na_imprensa_20220307