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Fotos: Amanda Rabelo / Comunicação Poli-USP

18/11/2025IMPRENSA, Noticias, São Paulo

USP e indústria do cimento discutem inovações em favelas para enfrentar mudanças climáticas

O hubIC (parceria entre ABCP, SNIC e USP) organizou na última quinta-feira (13/11), em São Paulo, o workshop “Desafios da indústria para atendimento da construção autogerida”, evento que reuniu representantes da academia e da indústria para discutir e identificar inovações que permitam reduzir a pegada de CO₂ e, ao mesmo tempo, melhorar o bem-estar dos moradores de favelas. O evento ocorreu em paralelo com a COP30, conferência que reúne em Belém-PA delegações de 194 países para debater as mudanças climáticas.

O workshop foi promovido no âmbito da Rede MORE, projeto criado pelo hubIC para desenvolver ferramentas que permitam estimar a emissão de CO₂ das moradias autogeridas, e estabelecer métodos para estimar a contribuição das casas para o bem-estar das pessoas, gerando subsídios para inovação em produtos de construção. Com o engajamento da Caixa, que financia o projeto, ele ganhou musculatura para desenvolver ferramentas que também apoiem políticas públicas na área de melhoria habitacional, como o Programa Reforma Casa Brasil, acelerando a transição da sociedade brasileira para uma economia de baixo carbono.  Segundo a arquiteta Mara Motta, da Caixa, que abriu o evento, esta é mais uma das múltiplas iniciativas que a Caixa está desenvolvendo visando acelerar a construção de baixo carbono, neste caso voltado para a habitação autogerida.

Ao longo de uma manhã, especialistas de diversas áreas da construção civil, tanto da academia como da indústria, debateram inovações para viabilizar soluções sustentáveis que atendam às demandas da população. “Aqui nós temos representantes da área de inovação de grandes empresas, como ArcelorMittal, Votorantim, Viapol, Infibra e Cimento Nacional, que estão procurando oportunidades de desenvolver novas soluções de baixo carbono para o mercado de autoconstrução”, detalhou o coordenador do HubIC e professor da Escola Politécnica (Poli) da USP, Vanderley M. John. “Hoje estamos iniciando um processo que busca apoiar a indústria na criação de produtos inovadores de baixo carbono que melhorem a vida de quem tem que construir sua própria casa. Do ponto de vista da universidade, é uma forma de transformar nossas ideias em efetiva transformação social”.

Para Valter Frigieri, coordenador do hubIC e diretor da ABCP, a força do hub é a capacidade de identificar temas que permitam somar esforços da indústria, academia, ONGs e governo. “A importância [do evento] é reunir gente diferente, pessoas da academia que desenvolveram uma metodologia de entendimento desses territórios, as empresas que convivem com a sua dificuldade de imaginar e colocar produtos inovadores e qualificados neste mercado”.

Para Frigieri, o sucesso deste tipo de iniciativa está na capacidade de incentivar e organizar o diálogo dos atores: participaram do evento representantes do CAU (Conselho dos Arquitetos e Urbanistas), que tem programas de assistência técnica para esta população, e do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), que apresentou o contexto macroeconômico, lado a lado com equipes de desenvolvimento de empresas e acadêmicos, um público diverso, mas selecionado. “A riqueza do que nós estamos fazendo aqui é de trazer gente diferente, com percepções diferentes para discutir junto e encontrar soluções para problemas complexos”.

Os participantes assistiram apresentações de especialistas que ofereceram diferentes perspectivas do problema, identificando múltiplos desafios e potencialidades na construção autogerida. Em seguida, eles se reuniram em grupos para discutir, de forma estruturada, novas ideias elaboradas a partir da provocação “Quais são os desafios da indústria para atender o mercado da construção autogerida?”

O workshop gerou uma grande quantidade de ideias com potencial de auxiliar na descarbonização com melhoria do bem-estar nas favelas. Na próxima etapa, a coordenação do hubIC irá trabalhar com as lideranças das empresas, buscando identificar soluções de maior potencial que serão transformadas em projetos de P,D&I que acelerem a transformação destas ideias em soluções de mercado. Estes projetos serão executados dentro da EMBRAPII CICS USP, sendo cofinanciados pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e pela USP, que juntas aportam cerca de 50% dos custos da pesquisa.

A Rede MORE continua com financiamento da Caixa e apoio do hubIC, e deverá gerar também ferramentas que colaborem com a evolução e qualificação das políticas para melhorias nas moradias autogeridas, particularmente na área das favelas.

 

Parceria USP e ABCP

A USP mantém um estreito relacionamento com empresas públicas e privadas, por meio de projetos de pesquisa e desenvolvimento e cursos de MBA, especialização e treinamento, em diversas áreas da engenharia, incluindo construção civil e materiais cimentícios. Em relação a instituições de ensino, órgãos públicos e sociedade em geral, a universidade atua na cooperação acadêmica em matéria de ensino, pesquisa, cultura e extensão, nos âmbitos nacional e internacional.

Especialmente através da Escola Politécnica (Poli USP) – que é também um centro de pesquisa e desenvolvimento no tema de materiais cimentícios – a USP mantém, há décadas, contratos de pesquisa com empresas da cadeia do cimento, bem como com associados da ABCP.

O CICS (Centro de Inovação em Construção Sustentável), sediado na USP, tem como missão acelerar a pesquisa e a inovação da sustentabilidade na cadeia produtiva da construção, através de projetos de pesquisa em parceria com a sociedade.

A Poli USP opera também a EMBRAPII (Materiais para Construção Ecoeficiente), focada na cadeia de valor do cimento e da construção, que dispõe de capacitação e recursos para apoiar projetos de inovação realizados em conjunto com empresas industriais.

A ABCP, por sua vez, está voltada ao fomento e à inovação que tratam da sustentabilidade ambiental, social e econômica dos sistemas construtivos à base de cimento. São programas e projetos – entre os quais Coprocessamento, Vias Concretas, Soluções para Cidades, Comunidade da Construção, Parede de Concreto e Projeto Universidades – com cobertura nacional e em forma de redes capilares, comprometendo e engajando entidades privadas e públicas, bem como empresas da cadeia, totalizando mais de 1.000 organizações parceiras. Soma-se a isso a estrutura laboratorial de excelência da ABCP, conduzida por corpo profissional especializado e altamente competente em cimento, concreto, argamassa e artefatos cimentícios.

Desse modo, USP e ABCP criaram o hubIC em 2020, iniciativa que reúne expertises e ações que, somadas, permitem alavancar a produção digital de componentes e a transferência de conhecimento e tecnologia para a cadeia produtiva da construção. Os resultados dessa iniciativa para a cadeia produtiva e para a sociedade propiciarão maior competitividade e qualidade, dentro dos padrões ambientais hoje vigentes.

Informações para Imprensa

Daniela Nogueira – (11) 96606-4960 – daniela.nogueira@fsb.com.br

Krishma Carreira – (11) 99467-8080 – krishma.carreira@fsb.com.br

Fotos: Amanda Rabelo / Comunicação Poli-USP

 
 

Workshop Desafios da indústria para atendimento da construção autogerida

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