Vendas de cimento iniciam 2020 com queda
As vendas de cimento no mercado interno em janeiro de 2020 totalizaram 4,5 milhões de toneladas, queda de 0,9% frente a janeiro de 2019, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC).
Na comparação por dia útil (melhor indicador da indústria por considerar o número de dias trabalhados e que tem forte influência no consumo de cimento), as vendas do produto no mercado interno registraram em janeiro redução de 0,9% em comparação ao mesmo mês do ano anterior.
O consumo aparente de cimento (vendas no mercado interno + importações) totalizou 4,5 milhões de toneladas no primeiro mês de 2020. O resultado representa uma queda de 1,3% em relação a janeiro de 2019.
O resultado foi puxado pelo mau desempenho das regiões Norte, com queda de 4,8%, e Sudeste, retração de 3,2%, causado, principalmente, pelas fortes chuvas que atingiram ambas as regiões no período, com destaque para Minas Gerais, maior produtor de cimento no país.
Mesmo com a leve retração, o SNIC continua otimista e mantém a expectativa de crescimento no ano acima de 3%.
Perspectivas
Apesar de fechar com a produção industrial em queda, os indicadores de confiança, divulgados pela Fundação Getúlio Vargas, acenam perspectiva positiva para este início de ano. O índice de confiança da construção civil avançou 2,1 pontos em janeiro, chegando a 98 pontos, o maior nível desde 2014.
“O desempenho do setor continuará sendo sustentado basicamente pelo setor de edificações. O resultado da melhora do mercado imobiliário no ano passado deve continuar este ano, alavancando assim as vendas de cimento. As grandes expectativas ficam por conta do anúncio da Caixa Econômica Federal sobre a nova linha de crédito residencial sem correção e a reformulação do Programa Minha Casa Minha Vida, que deverá ganhar impulso”, explica Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC e da ABCP.
Ainda segundo o dirigente, o setor de infraestrutura, que diminuiu significativamente sua participação no consumo de cimento desde 2015, deve ser objeto de preocupação governamental imediata. “Os programas de concessões e privatizações devem ser acelerados e as obras paralisadas, retomadas com urgência”, conclui Paulo Camillo.
A instalação da Comissão da Reforma Tributária no Congresso Nacional também deve gerar um ambiente positivo e estimular a economia de uma maneira geral.