Vendas internas de cimento em julho mantêm tendência de baixa
No mês de julho de 2018, foram vendidas 4,6 milhões de toneladas de cimento no mercado interno, um volume 2,5% menor que em julho de 2017, de acordo com dados preliminares da indústria. No período janeiro a julho de 2018 as vendas acumularam 30 milhões de toneladas. Esse montante representa uma queda de 1,7% frente ao mesmo período do ano passado. Em 12 meses, as vendas totalizaram 52,8 milhões de toneladas, quantidade 2,4% menor do que nos 12 meses anteriores (agosto/16 a julho/17).
Na comparação por dia útil – melhor indicador da indústria por considerar o número de dias trabalhados, que têm forte influência no consumo de cimento, as vendas do produto no mercado interno em julho de 2018 apresentaram retração de 4,6% em relação a julho de 2017 e de 9,5% sobre junho de 2018.
Consumo aparente e importação
O consumo aparente de cimento (vendas no mercado interno + importações) totalizou 30,1 milhões de toneladas no período de janeiro a julho de 2018, com retração de 2,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Em comparação com o acumulado nos últimos 12 meses (agosto/17 a julho/18), houve uma queda de 2,6% no consumo aparente sobre igual período anterior (agosto/16 a julho/17).
Expectativa da indústria é fechar 2018 com queda entre 1% e 2%
O presidente do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) e da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Paulo Camillo Penna, comentou que “o setor projetava fechar 2018 com crescimento do consumo de cimento entre 1% e 2%, mas os resultados acumulados até agora reverteram essa tendência”. De acordo com as novas projeções do SNIC, a indústria do cimento deve registrar uma queda entre 1% e 2% em 2018, o que representa uma sequência de quatro anos consecutivos de queda.
“Iniciamos o ano 2018 com relativo otimismo: perspectiva de uma recuperação cíclica, aumento do emprego, juros em queda, inflação sob controle e impulso significativo do setor externo, mas o desempenho de indicadores da atividade econômica do país até maio revelou que o ritmo da recuperação seguia em nível inferior ao esperado”, lembrou Paulo Camillo. Além disso, a paralisação dos transportadores, assim como as incertezas do cenário político causadas pela aproximação das eleições, reduziram ainda mais a atividade econômica, afetando diretamente a indústria do cimento. Ademais, contrariamente ao preço do cimento, os insumos usados na indústria, como energia e coque, sofreram forte reajuste em seus preços.
Finalmente, segundo Paulo Camillo, esses resultados vêm aumentando a ociosidade da indústria, já próxima a 50%. Além disso, há a questão do impacto do frete no custo do cimento – que antes do tabelamento respondia por 28% da receita líquida do insumo – e a aplicação da atual tabela em vigor, que significou um reajuste de 114% no custo do frete.
Veja outros resultados no site do SNIC.