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20/09/2024Sem categoria

Estudo apresenta o atual cenário da habitação e desafios do setor e dos sistemas à base de cimento

O lançamento em 2023 do novo Minha Casa Minha Vida (MCMV) trouxe maior otimismo para o mercado imobiliário. Ao mesmo tempo, o setor vem enfrentando desafios, seja pela conjuntura econômica ou pela mudança nos hábitos das pessoas.

Diante desse cenário, a ABCP e a e8 inteligência realizaram estudo que apresenta o atual cenário da habitação, especialmente do segmento econômico, bem como desafios do setor e dos sistemas à base de cimento. Para isso, foram entrevistados 10 profissionais influentes e atuantes no segmento de Edificações, a partir de um questionário contendo perguntas abertas para captura de respostas espontâneas. A pesquisa apresentou de forma qualitativa as principais tendências e os desafios do setor.

Em 2023, o mercado imobiliário brasileiro lançou 293 mil unidades habitacionais, sendo 40% do segmento econômico. As mudanças no programa MCMV trouxeram otimismo para as construtoras, que mantêm boas expectativas para os próximos três anos, com aumento no volume de obras no segmento econômico. No período, esse segmento deve trazer maior interesse de construtoras de pequeno e médio porte ao MCMV e, por parte do governo, maior exigência por qualidade das unidades construídas.

Por outro lado, dentre os principais desafios apontados na pesquisa está a carência de mão de obra e de profissionais técnicos, o que já vem trazendo impactos na qualidade da execução, produtividade abaixo do desejado e custo de produção acima do previsto.

Segundo levantamento da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), 7 em cada 10 construtoras sofrem com a escassez de pessoal. O estudo atribui a baixa atratividade do canteiro de obras, principalmente para os mais jovens, ao trabalho pesado e à concorrência de outras opções de emprego. Esses fatores têm gerado maior rotatividade e aumento no prazo da obra.

O envelhecimento da mão de obra é outro aspecto apontado na pesquisa. Em 2011, a parcela de operários e profissionais acima de 40 anos representava 35,6% do total. Em 2021, esse valor passou para 43,4%.

Dentre as ações adotadas para mitigar esses problemas, entidades educacionais e setoriais têm desenvolvido programas de capacitação dos operários. As empresas construtoras, por sua vez, buscam estabelecer parcerias mais longevas com fornecedores e desenvolver suas próprias formações, além de aumentar a remuneração para novas contratações. Outro caminho adotado é a adoção de novas tecnologias construtivas, mais industrializadas e com menor uso de mão de obra, o que contribui também para a melhoria da produtividade.

Na pauta ambiental, o principal desafio é reduzir a pegada de carbono no setor da construção. Atualmente, 97% das emissões dos Gases de Efeito Estufa (GEE) da construção provêm da fabricação dos insumos usados nas obras.

Diversos obstáculos dificultam o desenvolvimento de empreendimentos e projetos sustentáveis, segundo os entrevistados, como a falta de reconhecimento do cliente e do mercado, ausência de políticas públicas de incentivo e de políticas de financiamento. A contabilização das emissões de GEE foi apresentada como primeiro passo para a tomada de decisões estratégicas rumo à economia de baixo carbono.

Por fim, há um grande otimismo em relação ao crescimento no mercado imobiliário, especialmente do segmento econômico. A pesquisa atenta para algumas oportunidades: os empreendimentos econômicos favorecem o uso de sistemas construtivos cimentícios como alvenaria estrutural e parede de concreto, sendo a alvenaria estrutural o sistema mais favorável para construtoras de menor porte, enquanto paredes de concreto é um sistema já consolidado para construtoras de grande porte.

Confira a pesquisa completa.

Pesquisa_ABCP_Tendencias_Habitacao_V7_2024maio

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